quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Universos particulares


Mundo meu, mundo seu, mundo nosso. Cada um tem o seu e realmente não compartilhamos do mesmo universo de ideias, cada um de nós tem seus próprios astros, seu próprio sistema solar e faz seus movimentos girando ao redor do seu próprio sol. E como é complicado se manter em equilíbrio nesse universo repleto de outros universos particulares! Se eu girar inconsequentemente ao redor do meu sol, com certeza vou atingir um outro mundo, e se giraram sem regras e medidas vão atingir meu universo particular, repleto de porcelanas frágeis que talvez não aguentem tantas colisões.
O universo é regido por um maestro perfeito, e meu universo precisa aprender a dançar essa música, a ler essa partitura para participar desse movimento harmônico. Contudo, mesmo que aprenda toda essa melodia me preocupo com um movimento desritmado ou fora de órbita dos outros astros. Tenho medo que a colisão me tire de órbita e me leve para longe do meu sol, de onde tiro toda a fonte da minha vida.
A solução não é fácil, as respostas me confundem e qualquer uma delas pode alterar meu sistema solar. A torcida é que se as alterações forem grandes eu possa reencontrar equilíbrio no desequilíbrio, que eu possa dançar um ritmo novo e freneticamente empolgante para entrar em uma nova órbita.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Nova criatura em manutenção

Há quanto tempo não te vejo personificado em uma tela de cores e formas, há quanto tempo não alugo teus ouvidos cibernéticos para tecer meus devaneios embriagados de subjetividade. Contudo, sentar em tua poltrona psicanalítica e bordar minhas linhas de autoanálise me trazem a impressão de que suas páginas virtuais são meu divã, ou talvez até meu universo paralelo.
Para começar preciso te dizer que senti sua falta...tenho muito pudor para acessar teu consultório virtual e por isso não gostaria de te reencontrar para me perder em "abobrinhas". Preciso te dizer também que se voltei é porque existem novas entrelinhas se cristalizando em meu superego. Não gostaria que quando você me reencontra-se eu fosse uma completa desconhecida, quero que você acompanhe minha metamorfose e depois quem sabe me entregue uma receita, ou simplesmente um laudo "nova criatura em manutenção"!
Pensando bem acho que eu sempre estarei em manutenção...precisando apertar uns parafusos e folgar outros. A realidade é essa, as manutenções se seguirão infindavelmente!
Contudo, não devo me preocupar com isso, vou brincar de apertar e folgar parafusos. Mas não quero uma brincadeira com regras simples, quero um jogo elaborado com regras lógicas e com fases estimulantes. E enquanto eu me divirto com a vida, compartilho com você meus devaneios alucinados.


quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

As nossas biotranças

Mundo vasto, variado e particular para cada universo individual. Esse é o nosso mundo, que se constrói e se reconstrói à partir das nossas diferentes atuações nesse contexto universal. E é interessante observar que a nossa contribuição, por menor que seja, interfere no resultado desse sistema, dessa trança de intenções.
Me pego agora observando as tranças, os laços, que desenvolvi com a ajuda de outras pessoas, que também estão a construir suas biotranças. Comparando essas diferentes tranças percebo que não existe trança mais certa ou mais errada, mais feia ou mais bonita, mas a existe sim o melhor de cada um naquele momento. 
As nossas escolhas são baseadas em nossas experiências de vida, e nunca serão iguais a de mais ninguém. As nossas verdades são só nossas, porque só nós sabemos o caminho que percorremos para encontrá-las, e os nossos erros são o primeiro passo para aprender a fazer uma trança melhor.
Trança embutida, traducional, tripla, não importa o tipo. Todas elas, com nossos erros e acertos, nos conduzirão a um novo achado, que será só nosso, porque o caminho percorrido foi trançado unicamente por nós, eu com minha trança e você com a sua.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Os acordes da vida

Todo filme que se preze tem uma boa trilha sonora, as cenas mudam, as tramas, os romances se desenvolvem sendo fortalecidos por uma boa melodia harmônica. Nossos filmes prediletos não teriam nos causado tantas emoções se não viessem acompanhados de alguns belos acordes.
Imagino agora como seriam nossas vidas se cada momento fosse acompanhado por uma melodia. A gestação, onde cada órgão do nosso corpo estava sendo formado seria acompanhada por uma profunda música clássica, o parto por um blues nostálgico, afinal de contas batemos de frente com realidade, as traquinagens da infância, as surras, os castigos por um jazz frenético,  a adolescência, com suas inconstâncias e revoltas por um roock rool paulera,  a juventude, com toda sua suposta sabedoria seria acompanhada por qualquer melodia que trouxesse uma letra de protesto ou uma sequência infindável de utopias. A maturidade por um reggae erudito e a velhice por um acorde celeste, que de alguma forma nos preparasse para seguir nosso caminho rumo a um local onde todas as trilhas, todos os acordes da nossa vida se encontrarão.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Do comercial ao emocional

Toda data comemorativa tem uma razão de ser, uma explicação racional, um fato relacionado. Se fossem só pelas datas, pelos supostos aniversários, os movimentos desse globo já teriam tratado de sublimá-las da memória dos grupos sociais. Mas existe algo muito forte que nos conduz a lembrar dessas datas. E quantas datas!
O carnal que nos conduz aos prazeres da carne, nos afastando de Deus. A páscoa que traz à memória o sacrifício de Cristo. O dia das mães, dos pais, do seu João, das pátria, das crianças, ufa! Então é Natal...que festa linda! O aniversário do Salvador não poderia ser diferente.
Todas essas datas são impulsionadas por uma força comercial que deseja muito que todos comprem, comprem e comprem. Mas no final das contas essas datas trazem um motivo para sairmos da rotina, para subirmos ao alto de um monte de areia e descer rolando e depois olhar os fogos comemorando a chegada de mais um ano, que trará novas datas a serem comemoradas e novos motivos para amar essas datas.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Antologia de experimentações

Diante do palco da vida eu sempre me experimento, busco em minha memória permanente personagens que já me emocionaram seja pela inteligência, pela coragem ou simplesmente pela força de errar com dignidade.
Os vilões me causam uma verdadeira mistura de sentimentos: inquietação, admiração... não que deseje ser uma, mas em algum momento todos nos acabamos sendo um pouco vilões de nossas próprias histórias. Os personagens coadjuvantes me alucinam, sempre tão discretos, mas com importância singular em qualquer contexto concatenado. Os anti-heróis são os únicos que me trazem repugnação, com uma malandragem desenfreada e um cinismo estampado na testa.  E os heróis, ah os heróis... Esses são meus ícones comportamentais: ética, lealdade, respeito, erro, acerto... conduzem seus passos, mesmo sem nem sempre conseguirem definir ou teorizar sobre o que realmente os impulsiona a continuarem seguindo um caminho de herói.
Eu já fui de tudo nessa vida, de Voldemort a Frodo. Fui e sou vilã em circunstâncias adversas, às vezes me pego sendo anti-heroína, o que realmente me irrita, mas quando consigo ser discreta e singular fico tão orgulhosa de conseguir ser uma coadjuvante respeitada. Contudo o que realmente busco, e não consigo, é ser uma heroína fora de qualquer padrão. Sem ser nenhum biótipo pré-determinado ou estereotipado. Uma heroína que se permita ser coadjuvante e ter certa amizade com vilões do bem. De poder subir no palco e experimentar tantos personagens quanto puder, de ir muito além sem deixar de estar tão perto dos meus amados coadjuvantes, vilões, anti-heróis, que sempre somam ao meu personagem em cena.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Meu vívido labirinto

Em um certo momento da vida, quando já passamos por esquinas alucinantes, por corredores de desconfiança, pelas fases do vídeo-game da vida, chegamos em um momento particular, em que sabemos quem somos, como fomos construídos, e principalmente porquê somos ego e alter ego harmônicos.
Nesse momento olhar para frente e escolher um caminho torna-se o novo desafio, cada caminho avistado no horizonte torna-se palpável, mas qualquer passo dado rumo a um caminho incerto pode alterar a configuração do horizonte. 
Em meu labirinto da vida tenho medo. Medo de pegar um caminho sem saída,  de pegar um caminho que me leve a uma realidade distante de minhas quimeras, ou mesmo de não pegar caminho nenhum. Qualquer passo dado, ou não dado, interfere no resultado do meu futuro em construção no presente.
Contudo, percebo que esse momento, de descobrir em qual esquina desse labirinto devo virar, é só mais uma etapa desse vídeo-game da vida cheio de surpresas, ou mais uma divina estação da minha vida, ou mesmo mais um recorte de realidade que possa me fazer chegar a mais uma nova conclusão passageira ou eterna.
Entretanto, a despeito das variáveis, acho que vou encontrar o caminho certo desse labirinto. Pois o caminho certo é definido por minhas intenções, e minhas intenções moldam meu vívido caminho.